Eventos corporativos: minha experiência no Welcome Tomorrow

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É uma prazer compartilhar com vocês como foi minha primeira participação no Welcome Tomorrow (https://www.wtw19.com.br/). Me senti na obrigação de contar um pouco mais sobre as experiências e conteúdos que me chamaram a atenção: seja pela inovação (pelo menos para mim), exemplos positivos e novos pensamentos. Animada também pela oportunidade que a Imaginadora proporcionou, incentivando os profissionais a participarem, buscarem inspiração para curadoria dos eventos que realizamos e depois trocar insights do que foi visto.

Fui com a expectativa “lá em cima” devido a comunicação do evento, ao propósito e a quantidade e diversidade de conteúdo e palestrantes. Claro que como profissional de eventos, sempre identificamos pontos de melhoria na execução – mas este não é o tema, já que vou falar da minha experiência como participante. E, como participante, meu principal ponto a criticar é o atraso da grande maioria das palestras que assisti – e esse é um item importante quando você tem muitos espaços e conteúdos acontecendo simultaneamente (afinal foram 500 palestrantes) e atrapalha bastante quem havia organizado sua agenda conforme os horários oficiais. Também senti falta de abertura para perguntas, pelo aplicativo mesmo, e fica a sugestão de adoção de sessões mudas (com fones de ouvido) já que alguns palestrantes foram prejudicados pelo barulho dos outros espaços.

Juliana Bordin e Sandra Veloso
Juliana Bordin e Sandra Veloso

De cara, entendemos o propósito e a razão do sucesso do WTW – seu idealizador Flávio Tavares! Ele realmente acredita no poder multiplicador do abraço, em cuidar de pessoas, em reconhecer sua equipe (na abertura do evento, chamou todos no palco para agradecer), em fazer algo que seja relevante para a sociedade, em ser apaixonado pelo que faz! Muito inspirador: em terra de robô, quem tem coração é rei! Parabéns pelo evento e por impactar positivamente milhares de pessoas!

Passeando pelos espaços (com a opção também de pegar os transportes disponíveis como: patinetes, carrinhos de todos os tipos – um parecido com tuk tuk) duas empresas me chamaram a atenção – a Home Agent: empresa de call center que emprega profissionais para atendimento de grandes empresas e trabalham de casa – período de 4 hrs, em sua grande maioria mulheres, 35+ e excelente escolaridade. Todos saem ganhando: o profissional que economiza tempo de deslocamento, mulheres podem conciliar com a maternidade sem ter que se afastar do mercado de trabalho. E por outro lado, a empresa tem profissionais mais felizes, comprometidos e motivados, além da baixa rotatividade. Que excelente ideia!

Outra empresa que achei interessante compartilhar aqui é a RenovaBR (renovabr.org) – eu não conhecia: uma ONG que capacita pessoas comprometidas e realizadoras a ingressarem na política. O legal que é uma organização apartidária, não cobra pelo curso e é mantida por doações de pessoas físicas. Se você é uma pessoa que quer mudar o país, aqui está uma porta de entrada para fazer a diferença!

Gosto de palestras que fazem você incorporar imediatamente a mudança na sua vida: Noam Bardin presidente do Waze (meu companheiro de todos os dias) apresentou motivos para passar a oferecer caronas – a imagem de 60 motoristas em uma via de 5 pistas, reduzida para apenas 1 pista ocupada com o mesmo número de pessoas, já é suficiente para fazer você repensar seus conceitos. Joinville foi a primeira cidade a abraçar a causa e implantar de maneira estruturada o sistema de caronas na cidade – hoje a cidade está no top 10 de carona Globalmente. E ainda mostrou depoimentos de pessoas que dão carona e pegam carona com o Carpool – reconheço uma das “caronistas” e logo mando um WhatsApp falando que a havia visto…. a resposta: “Eba, que show! Eu sou suspeita para falar, amo o app de paixão!” Como não se impactar? Me inscrevi no mesmo dia para dar carona para o evento – não tive nenhum “match”, acredito que seja pela distância da rota e por não ter número suficientes de usuários… Vou ativar para o caminho para o trabalho – com certeza vou achar mais interessados para a região da Paulista – depois conto como foi!

Exemplos de iniciativas de responsabilidade social sempre me atraíram, desde as ações desenvolvidas pela Farah Service (farahservice.com.br) – trazendo a iniciativa privada para contribuir com a melhoria da sociedade (em vez de deixar tudo para a iniciativa pública), como: apadrinhar praças, construir rampas de acessibilidade, levar o cinema para lugares remotos, entre tantas outras boas ideias, até a palestra que mais me emocionou: a história da Alcione – fundadora do Amigos do Bem (amigosdobem.org) – sou fã dessa entidade por todo o impacto econômico positivo que levam para 130 povoados no interior nordestino: 10.000 crianças e jovens atendidos no centro de formação, 450 casas construídas e o que mais me toca é a inclusão de pessoas no mercado de trabalho, seja com a cooperativa de castanha de caju ou bolsas de patchwork.

Outra ação que impacta positivamente literalmente a VIDA de pessoas, é o projeto Algoritmo da Vida – idealizado pela Africa e apoiado pela SAP e AWS que aprimoraram o algoritmo para identificar no Twitter (porque é uma rede aberta) padrões de conteúdos de pessoas que estão passando por depressão, prevenindo assim o suicídio que é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos. Uma vez identificadas essas pessoas, acionam o CVV (www.cvv.org.br) para fazer o contato. Que excelente iniciativa!

Ainda no tema tecnologia – aprendi sobre o termo TRANSHUMANISMO: movimento intelectual que visa transformar a condição humana através do desenvolvimento de tecnologias amplamente disponíveis para aumentar consideravelmente as capacidades intelectuais, físicas e psicológicas humanas. A Paula Pfeiffer (surdosqueouvem.com) contou como os dois ouvidos biônicos (tudo pelo SUS) mudaram a vida dela.

Trilema digital do Walter Longo (www.walterlongo.com.br) – uma das palestras que mais me fez refletir e “cruzar” com conteúdos de outros painelistas. Vou tentar resumir: 1. Exteligência: é o capital cultural disponível e que podemos acessar – desta maneira, “a internet é o melhor dos mundos para os curiosos e descuriosos”. 2. Tribalismo: baseada em nossos gostos e o que buscamos na internet – acabamos recebendo mais do mesmo. Walter nos convida a pesquisar mais, conhecer novos assuntos, ouvir outros pontos de vista, pois a criatividade vem quando quer e não quando é chamada. Identifiquei esse aspecto nas palestras do Murilo Gun (www.murilogun.com.br) – sempre muito curioso e estudioso – desenvolveu sites na adolescência (década de 90), comediante (estudou o que faziam as pessoas sorrirem), aluno de futurismo da Singularity na NASA, entre outros – e, ligando todas as suas experiências para ajudar a desenvolver a criatividade nas pessoas. O último pilar é o 3. Compartilhamento: o bonito agora é consumir menos, reciclar tudo e dividir espaços em nome de uma sociedade mais consciente, justa e igualitária. Ponto a refletir: na economia do consumo, se todos se voltarem ao compartilhamento, teremos desaceleração do consumo e, consequentemente, menos empregos….

Em terra de robô, quem tem coração é rei – casa muito com as habilidades do profissional do futuro, relacionadas com o lado humano e não técnico e à criatividade. Acrescento com outro termo que aprendi: INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL que nada tem a ver com religião, mas, sim com a aptidão do ser humano em dar sentido e valor aos pensamentos e comportamentos, fazendo com que eles guiem ações e solucionem problemas.

Marjori e Sandra
Marjori e Sandra

Continuando com desenvolvimento humano, peguei só o finalzinho da palestra da Viviane Sena (www.institutoayrtonsenna.org.br), que trabalho importante que desenvolvem! Precisamos olhar mais para a educação no Brasil, nossa realidade é triste e há um grande desafio a ser alcançado. Mesmo aumentando a escolaridade média do brasileiro nas últimas décadas, a renda média permaneceu estável, em contraponto com a Coréia do Sul que aumentou exponencialmente tanto a escolaridade quanto a renda média.

Não poderia deixar de mencionar o conteúdo de Viagens, Ricardo Ferreira e Beth Wada trouxeram: Viagens e Eventos corporativos vistos com os olhos do amanhã. Nada substitui o olho no olho, mas temos que repensar (que tal usar a inteligência espiritual aqui?!?) a maneira que viajamos. Olha só o exemplo bonito que trouxeram da KLM (vale a pena assistir).

E para quem trabalha com gestão de viagens corporativas, conteúdo levado pela ALAGEV (alagev.org), Marcel Frigeira (IBM) e Marcela Silva (Roche) apresentaram a Gestão 3.0: com automação de processos desde a solicitação até o reembolso de despesas – vale a pena o benchmark!

Participar do WTW foi uma experiência fantástica! Possibilidade de escutar diferentes pontos de vista, exemplos, tendências, ideias inovadoras e disruptivas e o mais importante: tirar você da zona de conforto, levar você a refletir sobre todo o aprendizado e compartilhar boas ideias! Como estou fazendo aqui…

Espero que tenham gostado do conteúdo. Forte abraço e até mais!

 


Sandra Veloso

ajuda empresas a transformarem seus sonhos de marketing e eventos corporativos em realidade e é responsável por novos negócios na Imaginadora. Viajar e trabalho voluntário são sua paixão: pois acredita que a tornam uma pessoa melhor, através do contato com novas culturas e realidades.

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